20 de abril de 2012

Supermassive Black Hole

Nunca soube o que queria ser quando crescesse. Aliás, soube, mas estava sempre a mudar de ideias. Tudo dependia muito das coisas que via/lia/ouvia. Sempre tive duas grandes paixões e o curioso é que não segui nenhuma delas. Uma delas era a arquitectura. As horas que eu passei a desenhar as minhas casas, a fazer o ordenamento do território das minhas ilhas (sonhava pouco, eu), a poupar os legos para conseguir construir tudo, já para não falar das intermináveis horas que passei a jogar Sims, construindo as casas do bairro inteiro, o resto era conversa para arranjar dinheiro para fazer obras na casa (ainda não conhecia o motherload). Mas eu tenho tanto jeito para desenhar como uma criança de 3 anos. Zero. A minha mão direita não recebeu esse dom e eu tinha gostado tanto.
A segunda era a astronomia. As horas que eu passei a ver programas sobre planetas, estrelas, buracos negros, galáxias, sobre o Big Bang e o Big Crunch. E quando via aqueles professores de universidades do Estados Unidos e os gajos da NASA a falar, só pensava Caramba, eu gostava mesmo de andar metida nestas coisas, de ir ao espaço, de descobrir uma nova Terra, de nos salvar de uma catástrofe. Mas fui percebendo que essa vida não é para mim, seriam precisas milhões de horas a olhar o espaço, a resolver equações complicadas como as que vejo na universidade, mas todos os dias, e eu não tenho paciência para isso, gosto de ver trabalho feito, gosto de sentir que estou a ser recompensada de alguma forma e não ia aguentar nem um mês.
O denominador comum em todas as profissões que já quis ter (não só estas duas) é que eu sempre tive um grande desejo de salvar a Humanidade, de descobrir a cura de doenças, de receber um Nobel, enfim, de ser reconhecida, como a maioria dos sonhadores, penso eu. Mas eu não sou paciente e persistente o suficiente para esperar anos (ou uma vida) por este género de coisas. Além disso, sei perfeitamente que estou a léguas da genialidade que esses feitos exigem.

3 comentários:

Vic disse...

O reconhecimento das nossas limitações é só por si uma vitória e pode-nos levar onde não imaginávamos ser possível irmos, xana

Anónimo disse...

Caí aqui "tipo" de para-quedas :)
Gostei.
Sou fã dos Muse.
Voltarei

Jelysa disse...

De viciada para viciada: "motherlode". ;D