6 de fevereiro de 2012

A cadeira

Acho deveras curioso passar sempre às cadeiras mais difíceis e que muito boa gente fica a tentar fazê-las 2, 3 ou mais anos, como já assisti. É certo que não tenho grandes notas, mas são aquele tipo de cadeiras que no início do semestre só pensamos Deus, como é que eu vou passar a esta merda? Desde que me lembro há sempre uma cadeira por semestre que é só para despachar, atirar para trás das costas e nunca, mas nunca, mais ouvir falar naquilo. Sei que penso sempre que pior do aquilo não há, de certeza. Mas há. Melhora sempre, mas sempre.
Isto para chegar ao momento em que eu não passei a uma das cadeiras mais fáceis do curso, há um ano atrás. Coisa que podia ser perfeitamente banal (até porque me desleixei completamente), SE não tivesse sido esta a cadeira que me fez escolher este curso. É verdade, foi o factor chave na decisão. Sempre achei que era mesmo aquilo que eu gostava de fazer, fascinava-me imenso, mas não me via a ir tirar um curso demasiado focado naquilo, porque as perspectivas futuras não eram muito animadoras. É claro que até chegar ao momento de a fazer (no terceiro ano) percebi que não era bem aquilo que eu queria, e dei graças por não me ter desgraçado na escolha do curso. Desgracei-me de uma certa forma na mesma, mas este é um sacrifício pelo qual sei (ou espero) que vai valer muito a pena.
Foi o meu maior desgosto académico. Eu sabia que não tinha tido tempo para estudar, que abominava ter de decorar aquelas técnicas manhosas todas, mas eu tinha respondido a todas as perguntas e achei mesmo que ia dar para ter um 10 manhoso. Uns dias depois de ter chegado a casa, soube a nota: 7. Juro que fiquei para morrer. Eu, Alexandra, tinha efectivamente chumbado a uma cadeira, pior, à cadeira que me tinha feito escolher o curso. Lembro-me que tive uma noite terrível, passei-a cheia de febre, pesadelos e a pensar porquê, porquê? (fiquei doente nesse dia, mas acho que a minha depressão por causa da cadeira ajudou muito à festa).
Hoje, sensivelmente um ano depois, soube que tinha passado ao meu ódio de estimação deste semestre e lembrei-me do 17 que agora consegui na tal cadeira. Percebi que só podia ter sido desta forma. Eu tinha mesmo de conseguir uma boa nota apesar de já não ser este ramo que me fascina. Foi como uma forma de lhe agradecer por ter vindo parar a este curso e por ter finalmente encontrado uma área em que acho que era capaz de trabalhar nos próximos anos. Este foi sem dúvida o meu melhor semestre, embora tenha sido o mais trabalhoso de sempre. Aquele em que pela primeira vez tive de fazer uma directa no Técnico a trabalhar e aquele em que fiz todas as cadeiras à primeira tentativa. Agora consta que as coisas vão acalmar, mas lá para Julho volto a escrever uma dissertação sobre o assunto, não que interesse muito porque, com um post deste tamanho, aposto que ninguém conseguiu chegar até aqui.

4 comentários:

Jo disse...

(Eu cheguei'aqui'!) Às vezes acontece... a mim acontece-me com frequência saber que vou ter uma determinada cadeira naquele semestre e, pelo nome, imagino o que possa ser e fico entusiasmada... o pior é que depois, a realidade, não coincide com essa imagem e a cadeira é, na verdade, muito menos interessante :/

Xana disse...

Jo: Fico contente por teres chegado ao fim :P
Sim, também já me aconteceu, embora tenha sempre uma ideia do que irá ser, porque os mais velhos fazem sempre questão de nos eluciarem (ou assustarem) :)

Silent Man disse...

Eu cheguei...

Xana disse...

Noto um certo tom de desilusão