Desde miúda que queria sair dali, era tudo demasiado pequeno. Toda a gente se conhecia, toda a gente via e comentava, não havia grande hipótese de manter segredos lá. Viver em Lisboa era o grande sonho, ser independente, não ter de dar justificações para tudo e mais alguma coisa. Tendo em conta que só vou a casa no Natal, nas mini-férias entre o 1º e o 2º semestre e no Verão, as saudades de casa nunca me atormentaram muito, claro que houve noites em que chorei baba e ranho, devido ao cansaço e ao stress, porque é nesses momentos de fraqueza que tudo se torna mais complicado. Mas torna-se tudo uma questão de hábito e já não ligo quando alguém me diz que está muito revoltado porque há dois fins-de-semana que não vai a casa. Right, tenta 3 meses.
Foram três anos que passaram tão rápido no meio de laboratórios, relatórios, projectos, testes e exames. No meio de jantares de curso e de saídas em que beber e dançar foram (e continuam a ser) as palavras de ordem e, o mais importante de tudo, fiz amigos que sei que vão ficar para a vida.
Vir para a faculdade é, na maior parte dos casos, sinónimo de crescer. Finalmente percebemos que o secundário era coisa de meninos e que ficar agoniada quando tinha 40 páginas para estudar para um teste era ridículo, quando agora tenho livros com mais de 1000 para um exame. Percebemos, também, que em certos aspectos há coisas que não mudam assim tanto, as pessoas continuam a importar-se com o que fazes e deixas de fazer porque de certeza que a sua própria vida não lhes chega. Que não se pode ter tudo, não dá para dormir, sair e estudar. Há que fazer opções e lidar com as consequências sem ter ninguém para nos dar uma palmadinha nas costas.
Foram 3 anos de licenciatura e agora vêm mais dois de mestrado. Consta que agora as cadeiras são mais específicas e não tanto o tudo-o-que-precisa-para-ser-um-engenheiro, há um semestre planeado para fazer Erasmus e a tão temida tese. Venha o quarto ano!
2 comentários:
Estou a ver ai um bom espirito! Força nessas coisas todas!
Obrigada ^^
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